Copa: Manaus tem o maior índice de hospitalidade entre as 12 cidades-sede

Ingleses em Manaus
A hospitalidade do povo brasileiro foi, de forma geral, bem avaliada pelos turistas estrangeiros que vieram ao Brasil para a Copa do Mundo. Manaus, porém, foi a cidade em que este quesito foi melhor avaliado: 100% dos entrevistados na pesquisa encomendada pelo Ministério do Turismo, feita em parceria com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE), aprovaram a hospitalidade dos moradores. O estudo foi feito com 10.513 turistas estrangeiros nas 12 cidades-sede.

Apesar da maior parte dos estrangeiros ser homem (84,3%), Manaus foi a cidade-sede que mais recebeu mulheres durante a Copa (15,7%). A maioria (75,5%) esteve na capital pela primeira vez e 89,5% tem intenção de retornar à cidade. Entre os estrangeiros que visitaram a capital, os norte-americanos são a maioria (36,4%), seguidos pelos ingleses (17,9%), suíços (7,0%), alemães (5,5%), canadenses (3,6%) e australianos (3,5%). Além disso, 54,8% ficaram hospedados em hotel ou flat.

Manaus também recebeu os estrangeiros com a maior renda individual entre as cidades-sede: cerca de US$ 6.877. A média de idade dos turistas foi de 36,1 anos, a maioria tinha ensino superior completo e viajou em companhia de amigos (38,7%). O gasto médio per capita foi de US$ 3.032 no país.
A Arena da Amazônia foi, de forma geral, bem avaliada pelos turistas (98,6%), com destaque para o conforto (98,6%), atendentes e funcionários (95,7%). A segurança pública (94,5%), restaurantes (94,2%), informações turísticas (93,1%), diversão noturna (92,0%) e gastronomia (91,6%) foram os itens com maior índice de aprovação pelos estrangeiros que visitaram Manaus.
Brasileiros aproveitam a Copa em Manaus
Paulistas e paraenses foram os turistas brasileiros que mais compareceram aos jogos da Copa em Manaus. Estudo do Ministério do Turismo, em parceria com a Fundação Getúlio Vargas, realizado com 6,5 mil brasileiros circulando pelo país, mostra que a cidade recebeu “muito bom” ou “bom” da maior parte dos brasileiros. Os segmentos que mais se destacaram foram acesso ao estádio (97%), o estádio de um modo geral (96,9%), o atendimento e a receptividade (93,1%) e as opções de turismo e lazer na cidade (92,6%).
A maior parte eram homens (85,4%), solteiros (50,5%) e com idade entre 25 a 34 anos (41,6%). Cerca de 49,1% viajaram sozinhos, 90,7% dormiram na cidade e 33,9% tem a faixa de renda familiar mensal entre R$ 3.621 e R$ 7.240.

A Copa em Manaus
A capital amazonense sediou quatro partidas da fase de grupo do Mundial. Em todas atingiu alto número de público. A “sorte” começou ainda no sorteio da Fifa. De cara, o clássico Inglaterra e Itália, pelo grupo D, caiu em Manaus. O jogo teve alta demanda de ingressos e registrou público de 39.800 pagantes. Meio que sem querer, o público aumentou de jogo em jogo. Croácia e Camarões, pelo Grupo A, foi o segundo, e recebeu 39.982 pagantes. Estados Unidos e Portugal, pelo Grupo G, registrou 40.123. E, para fechar com a Copa do Mundo na cidade, Suíça e Honduras, contou com 40.322 torcedores.

Reportagem de: 12.08.2014

Disponível em:
http://globoesporte.globo.com/am/noticia/2014/08/copa-manaus-tem-o-maior-indice-de-hospitalidade-entre-12-cidades-sede.html

Ocupação dos hotéis às vésperas e nos dias de jogos foi de 77% na Copa do Mundo

Hotel da Fifa
No confronto entre Brasil x Colômbia, pelas quartas de final, a lotação hoteleira de Fortaleza alcançou 97%

Segundo estudo realizado pelo Fohb (Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil), a taxa de ocupação dos hotéis das 12 cidades-sede da Copa do Mundo ficou em 77% às vésperas e em dias de jogos do torneio. Em dez capitais, o índice foi superior a 82%, sendo que o Rio de Janeiro e Recife lideram o ranking com 92%, seguidos por Cuiabá (90%), Belo Horizonte e Natal, ambas com 85%.

“A Copa do Mundo permitiu que o Brasil tivesse mais um período de alta temporada em 2014, o que movimentou toda a cadeia produtiva do turismo nacional, gerando emprego e renda para todo o país”, comemorou o presidente da Embratur (Instituto Brasileiro de Turismo), Vicente Neto.

Fortaleza foi a cidade que registrou a maior procura à véspera e no dia de um jogo específico. No confronto entre Brasil x Colômbia, pelas quartas de final, a lotação dos hotéis da cidade alcançou 97%. Já o Rio de Janeiro, chegou a 96% dos quartos ocupados na partida Espanha x Chile. Recife também registrou uma taxa elevada de utilização dos hotéis na disputa entre Estados Unidos x Alemanha, com 95%.

Se for levado em consideração todo o período de realização da Copa do Mundo (entre os dias 12 de junho e 13 de julho) e não apenas às vésperas e os dias dos jogos, a média de ocupação dos hotéis em todas as cidades-sedes foi de 61%. As capitais com as maiores taxas foram o Rio de Janeiro com 87%, Fortaleza com 72%, além de Brasília e Recife, ambos com 68%.

Comparação entre Copas

O estudo do Fohb também faz uma comparação da ocupação hoteleira durante a Copa realizada no Brasil com as edições anteriores, que aconteceram na Alemanha (2006) e na África do Sul (2010). Às vésperas e nos dias das oitavas de final, a ocupação dos hotéis brasileiros superou a taxa alcançada nos outros países.

“O mesmo aconteceu nas quartas de final, quando os quartos de hotéis no país tiveram cerca de 85% de utilização, enquanto na Alemanha e na África do sul a procura chegou a aproximadamente 70%”, comentou o presidente da Embratur.

Na final do Mundial de 2014, a ocupação também foi recorde se comparada com edições anteriores. Enquanto mais de 90% das unidades hoteleiras estavam com hóspedes um dia antes e na data dos jogos, a Alemanha registrou 60%.

Reportagem de: 07.08.2014

Disponível em:
http://www.copa2014.gov.br/pt-br/noticia/ocupacao-dos-hoteis-vesperas-e-nos-dias-de-jogos-foi-de-77-na-copa-do-mundo

Churrasco, golfe e nudez na sauna: funcionários lembram Bélgica em Mogi

Belgas
Foram 27 dias intensos. A seleção da Bélgica deixou Mogi das Cruzes, na Região Metropolitana de São Paulo, há exatamente um mês, mas fatos curiosos sobre a passagem dos Diabos Vermelhos pela cidade ainda repercutem entre os funcionários do hotel que recebeu os comandados de Marc Wilmots.

Bastante reservados, os belgas poucas vezes deixaram o Paradise Golf & Lake Resort, onde ficaram hospedados. Além das viagens para as sedes dos jogos, a única vez em que os jogadores tiveram liberdade para sair do hotel foi após a derrota para a Argentina, nas quartas de final. Atletas como Fellaini, Defour e Chadli aproveitaram a última noite no Brasil em uma casa noturna sertaneja em São Paulo.

Apesar da noite na balada, foi em “casa” – como o próprio Wilmots definiu o resort – que os belgas mais aproveitaram o período no país. Além dos passeios da bicicleta, registrados pela imprensa em diversas oportunidades, o golfe foi o esporte mais praticado pela equipe, claro, depois do futebol.

Mas foi na sauna que os jogadores protagonizaram o momento mais inusitado do período em que estiveram no Brasil. Alguns atletas resolveram ficar nus no ambiente, para espanto dos hóspedes que estavam no local. Situação semelhante à vivida pela Croácia, na Bahia, quando foram registradas fotos de alguns atletas sem roupa na piscina do hotel.

– Pela manhã me ligaram dizendo que havia um problema com a delegação na sauna e que alguns estavam pelados. Chamei o coordenador e expliquei que algumas pessoas estavam reclamando da situação e ele me perguntou qual era o problema de os atletas estarem nus. Eu falei que aqui não era permitido e eles passaram a usar calções de banho – disse o gerente do hotel, Andres Aracama.

Devidamente vestidos, jogadores como Hazard e Witsel ficaram encantados com o churrasco brasileiro. Porém, a rotina de treinos e jogos só permitia os excessos no consumo de carne vermelha depois das vitórias.

– Eles gostaram muito dos produtos brasileiros, mas também fizeram alguns pedidos que tivemos de correr para conseguir servir como o chocolate belga e o leite de arroz – explicou o chef Ivair Félix.

Calda de agave, papa de aveia, pão de queijo e macarrão integral também tinham presença garantida no cardápio, enquanto óleo e manteiga foram descartados. Além desses preparos, os belgas também abusaram dos peixes e frutas. A estimativa do hotel é que a delegação tenha consumido 500 kg de banana durante o período da Copa do Mundo.

Mais do que a grande quantidade de alimentos consumidos durante o Mundial, os funcionários do hotel ficaram surpresos com a educação dos belgas. O diretor comercial do resort, Ricardo Aly, afirmou que todos os membros da delegação foram muito cordiais durante a estadia e demonstraram a satisfação com as condições encontradas no Brasil através de uma carta oficial, onde elogiaram a comida e agradeceram a calma e privacidade do local.

– Entendemos que esse agradecimento se estende à cidade de Mogi. Recebemos de forma calorosa e nos sentimos honrados por ter feito parte disso. Também foi motivo de orgulho para nós entregar tudo da forma como planejamos fazer – comentou Aly.

Além das boas histórias e das camisas e acessórios que devem virar um pequeno museu da Bélgica, o hotel espera que a visita ilustre renda novas parcerias esportivas a curto prazo. Uma equipe de vôlei vai ficar hospedada no local no fim de agosto, seleções asiáticas de futebol estão negociando para treinar por um período no local e os campos de golfe serão a sede brasileira de uma competição internacional em breve.

Reportagem de: 07.08.2014

Disponível em:
http://globoesporte.globo.com/sp/mogi-das-cruzes-suzano/noticia/2014/08/churrasco-golfe-e-nudez-na-sauna-funcionarios-lembram-belgica-em-mogi.html

Quais lições a Copa do Mundo deixa para a Olimpíada?

Copa Rio
A Copa do Mundo no Brasil chegou ao fim sendo considerada um sucesso, segundo avaliação da Fifa, do governo brasileiro e de grande parte do público que esteve nos estádios e cidades-sede durante todo o torneio.
Apesar dos problemas na preparação para o torneio, os turistas não enfrentaram grandes problemas nos aeroportos e conseguiram curtir a “Copa das Copas”, como o governo federal intitulou o Mundial no Brasil.

Fechadas as cortinas do Maracanã no dia 13 de julho, começa agora a contagem regressiva para os Jogos Olímpicos, no Rio de Janeiro, que terá sua cerimônia de abertura realizada no dia 5 de agosto de 2016 no mesmo estádio.
Mas o que o Brasil pode levar como lição da Copa do Mundo para a organização dos Jogos Olímpicos de 2016? A BBC Brasil preparou uma lista com alguns “aprendizados” que o país teve nesse mundial.
Prazos

Foram poucos os prazos cumpridos pelo Brasil na preparação para esta Copa. Entre os estádios que foram reformados ou construídos do zero, apenas um dos 12 ficou pronto na data inicial estipulada pela Fifa – o Castelão, em Fortaleza, que foi entregue em dezembro de 2012, com tempo suficiente para ser testado antes da Copa das Confederações.

Os dois casos de atraso mais complicados entre as arenas foram em Curitiba (Arena da Baixada) e São Paulo (Arena Corinthians), com o primeiro sendo ameaçado de “exclusão” da Copa do Mundo e o segundo – o da partida de abertura – sendo entregue somente duas semanas antes dela.
Em termos de obras de infraestrutura, o governo planejou 83 obras, entre reformas de aeroportos, investimentos de mobilidade urbana e transporte público, nas 12 cidades-sede incluídas na Matriz de Responsabilidades para a Copa.
Pelo menos 21 deles foram adiados – excluídos da Matriz – e alguns que foram mantidos não ficaram prontos – como os aeroportos de Salvador e Belo Horizonte, por exemplo, além do BRT da capital mineira (nem todas as linhas dele ficaram prontas).
Segundo informações divulgadas pelos organizadores da Rio 2016 em maio, 38% das arenas necessárias para a Olimpíada já estavam prontas (11 de 29). Outros oito ainda precisavam passar por reformas e dez estavam em construção – os caso que mais chama a atenção são os do Parque Olímpico Deodoro, onde vão acontecer as modalidades de equitação, ciclismo, pentatlo moderno, tiro, canoagem slalom, hóquei e esgrima. A construção dele começou neste mês.
A BBC questionou dezenas de brasileiros em São Paulo e no Rio de Janeiro na última semana a respeito do chamado “legado da Copa”, e eles sempre precisaram de alguns minutos para pensarem na resposta. A maioria começava dizendo: “Não houve legado.”
Um deles prosseguiu: “o chamado legado só poderia ser reconhecido se os projetos de infraestrutura que foram prometidos forem entregues”.
Nos Jogos Olímpicos a mesma coisa pode acontecer se o Rio não entregar as mudanças na cidade que o governo local está prometendo no transporte público – novas linhas do metrô e a implantação do BRT (Bus Rapid System) Transolímpica.

Planejamento

A BBC Brasil conversou com secretários de Copa de algumas cidades-sede dois meses antes do Mundial e, quando questionados sobre o porquê dos atrasos na preparação, a resposta, além das justificativas de eventuais problemas localizados, sempre tinha um ponto em comum: a “cultura de última hora” do brasileiro.
Para o Ministério do Esporte, nem todas as obras da Matriz de Responsabilidades da Copa “eram essenciais para a Copa do Mundo”.
“A maior parte dessa Matriz usa a Copa para antecipar e acelerar investimentos de infraestrutura para o país. E a maior parte de mobilidade urbana não era essencial, o resultado da Copa mostra isso, que não ficou pronto e a operação de mobilidade foi um sucesso”, disse o secretário executivo do Ministério do Esporte, Luis Fernandes, à BBC Brasil.
“Claro que nós tivemos problemas de planejamento, mas o mais importante é que a qualidade do evento foi garantida”, completou.

Acidentes
acidente fabio
Além dos problemas de planejamento, chamou a atenção o número de mortes em obras da Copa. Foram nove operários mortos nas construções de estádios (três em São Paulo, quatro em Manaus – três em acidentes e um por ataque cardíaco -, uma em Brasília, uma em Cuiabá). Outras duas pessoas morreram no acidente da queda do viaduto Guararapes em Belo Horizonte (previsto originalmente para o Mundial), já com o torneio em andamento.
Não houve registro de mortes nas obras olímpicas, mas os atrasos já chamaram a atenção do COI (Comitê Olímpico Internacional). O vice-presidente John Coates chegou a dizer que o Rio tinha “a pior preparação olímpica já vista”.
O sucesso da Copa, porém, tranquilizou um pouco o Comitê. “Estamos muito felizes que a maioria dos temores que surgiram antes da Copa não se materializaram. Recebemos relatórios estimulantes, mas temos que manter a vigilância”, declarou o presidente do COI, Thomas Bach.

Língua

Não foi muito fácil encontrar pessoas que falassem inglês ou espanhol no Brasil. Essa foi a dificuldade mais comum relatada por estrangeiros que vieram para o país durante a Copa.
Mas quando as palavras não funcionavam, o negócio era se comunicar sem elas, por meio de gestos e mímicas. E isso pareceu funcionar como uma adaptação imediata para o “problema”.
“No começo, eu achei que a língua era um problema, mas os brasileiros são tão legais que eles sempre tentam te ajudar e você consegue se virar”, disse o inglês Darren Heffernan.
A falta de conhecimento do inglês também causou alguma confusão principalmente para restaurantes que tentavam traduzir os cardápios para agradar os estrangeiros que estavam por aqui. As traduções literais de pratos típicos como “bife a cavalo”, que em alguns lugares virou horse steak (literalmente, “bife de cavalo”) ou o famoso contra-filet, que foi chamado de “against the filé” em uma tradução literal, não deram muito certo e confundiram os turistas.

Diversidade
Turistas Salvador
“Nossa sociedade é misturada em todos os sentidos – religião, raça, etnia…nós queremos mostrar o Brasil como uma nação tolerante, multicultural e que sabe recepcionar muito bem os turistas”, disse o ministro do esporte Aldo Rebelo em 2012.
Essa era a mensagem que o Brasil queria passar para o mundo como país sede da Copa do Mundo e da Olimpíada: a ideia de um país multicultural e diversificado.
Viajando pelo Brasil de Norte a Sul passando por sudeste, nordeste e centro-oeste foi fácil notar essa diversidade de culturas nas cinco regiões. Mas, para aqueles que ficaram apenas dentro dos estádios, o Brasil era um pouco diferente do descrito pelo ministro.
Uma pesquisa do Datafolha constatou no jogo entre Brasil e Chile pelas oitavas de final em Belo Horizonte que 67% do público era branco e 90% pertencia às classes A e B.
O preço alto dos ingressos foi um dos motivos disso. As entradas variaram de R$ 60 a R$ 1980, mas o número de tíquetes da categoria mais barata não foi suficiente para atender a população mais pobre.
O Brasil terá uma nova oportunidade de mostrar sua diversidade na Olimpiada. Ainda estão sendo discutidos os preços dos ingressos para os Jogos.

Protesto e polícia
Policia Descendo o Cacete
A segurança sempre foi considerada um dos grandes desafios do Brasil para sediar Copa e Olimpíada. O país tem índices de violência superiores aos das principais nações européias e precisava provar aos turistas que seria um destino seguro para quem viesse para cá.
Além disso, outra grande preocupação era com os possíveis protestos que poderiam acontecer durante o torneio – como os que aconteceram na Copa das Confederações no ano passado.
As medidas adotadas pelo governo brasileiro foram reforçar a segurança nas 12 cidades-sede e cuidar para que as eventuais manifestações não chegassem nos arredores dos estádios. Para isso, as autoridades bloquearam um raio de 2 Km em volta de cada arena e só circulariam por aquele perímetro pessoas que tivessem ingresso ou fossem credenciadas para a Copa. A iniciativa foi criticada por ativistas.
Os protestos até aconteceram durante a Copa, mas em uma escala bem menor do que os de 2013. E os poucos que aconteceram acabaram sendo reprimidos com vigor pela polícia, que tinha como objetivo manter os manifestantes longe do estádios. Principalmente em São Paulo, no dia da abertura, e no Rio de Janeiro, no dia da final, foram registradas ações fortes da policia, deixando feridos e presos.
Por outro lado, o presidente da Fifa, Joseph Blatter, elogiou o esquema de segurança montado para a Copa. “Todo o trabalho de segurança que foi feito foi excelente”, comentou no dia seguinte à final do Mundial.
Com a possibilidade de mais protestos na Olimpíada, ainda não está claro qual seria a melhor a estratégia para lidar com eles.

Estruturas alternativas para receber turistas
Argentinos
A Copa do Mundo do Brasil chegou a ser chamada de “Copa do Mundo dos sul-americanos”, tamanha era a presença dos turistas vizinhos no país para os jogos do Mundial. Muitos deles, porém, vieram de carro ou em grandes caravanas organizadas de última hora, em condições mais precárias e sem dinheiro para gastar em hotéis para a estadia no Brasil.

A solução para eles foi buscar o apoio das prefeituras e governos locais. Uma caravana com mais de 4 mil chilenos, por exemplo, acampou no sambódromo do Anhembi em São Paulo às vésperas de Chile x Holanda. Só que antes disso, na passagem pelo Rio, eles chegaram a reclamar da falta de lugar na cidade onde pudessem parar os mais de mil carros que vieram com eles.
Para a final, a prefeitura do Rio liberou o Sambódromo da Sapucaí e o Terreiro do Samba para os argentinos montarem suas barracas e estacionarem seus veículos. Ainda assim, o prefeito Eduardo Paes admitiu que será preciso se preparar melhor para esquemas como esse durante a Olimpíada.
“Adoraria ver essa invasão de latinos de novo, mas vamos ter que nos preparar melhor para recebê-los”, disse.

Ingressos
Crime Ingresso
Um dos grandes “legados” da Copa do Mundo no Brasil foi desvendar a ação de uma quadrilha que vendia ingressos ilegalmente, lucrando até 200 milhões por Mundial nas últimas quatro Copas que atuou.
O esquema incluía o envolvimento de Ray Whelan, o diretor da Match, empresa contratada pela Fifa para comercializar os ingressos da Copa. Um dos acionistas da empresa, inclusive, é sobrinho do presidente da entidade máxima do futebol, Joseph Blatter.
A polícia do Rio de Janeiro prender Whelan e outras 11 pessoas acusadas de estarem envolvidas na quadrilha. O delegado Fábio Barucke, chefe da operação, disse que o sistema de venda de ingressos da Fifa facilita o comércio ilegal, já que dois terços dos ingressos acabam distribuídos para parceiros comerciais e pacotes de hospitalidade, fazendo com que a entidade não tenha total controle sobre eles.
O Comitê Olímpico Rio 2016 será o responsável por determinar como será feita a venda de ingressos para a Olimpíada. A licitação para definir a empresa que tomará conta da comercialização de entradas ainda não saiu.

Reportagem de: 20.07.2014

Disponível em:
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2014/07/140716_wc2014_licoes_olimpiadas_rm_rb.shtml

Holandeses funkeiros, Costa Rica da zoeira, CR7: bastidores da Copa na BA

Imagine que alguém dissesse, há dois meses, que alemães e holandeses disputariam o título de seleção mais simpática da Copa do Mundo. Você acreditaria? E se alguém colocasse os iranianos na lista de torcedores mais fanáticos pela sua seleção? Se te mandassem esquecer a fama de exigente e reclamão do povo francês. Você conseguiria? O torneio disputado no Brasil entre os meses de junho e julho deste ano serviu para quebrar paradigmas. Para quem viveu e conviveu de perto com jogadores, funcionários e torcedores de diferentes nações durante um mês inteiro, a surpresa foi grande. A experiência, inenarrável.
A reportagem do GloboEsporte.com esteve nos dois hotéis que receberam as seleções que passaram por Salvador durante o Mundial. Funcionários do Deville e do Catussaba Resort, ambos localizados no bairro de Itapuã, na orla soteropolitana, contaram como foi a passagem de holandeses, espanhóis, portugueses, alemães, bósnios, iranianos, franceses, suíços, belgas e costarriquenhos – os americanos, que se hospedaram no Novotel, ficaram fora da lista – por solo baiano. A conversa rendeu deliciosas histórias de bastidores.
HOLANDESES, OS REIS DA SIMPATIA
Holandeses Salvador
Ao melhor estilo “simpatia gera simpatia”, os holandeses caíram nas graças dos brasileiros. Com largos sorrisos nos rostos, disposição para atender e fazer selfies com os fãs e treinos ao ar livre, os jogadores conquistaram a simpatia de todos logo que desembarcaram no Rio de Janeiro. E, na Bahia, não foi diferente. Funcionários dos dois hotéis foram unânimes ao apontar a equipe do técnico Van Gaal como a mais simpática entre as seleções que passaram pela cidade.
A simpatia foi conquistada com gestos simples. Carregar sua própria bagagem, por exemplo. Havia uma recomendação expressa para que os funcionários só carregassem a mala de algum jogador caso isso fosse solicitado. Cumprimentos em português. Palavras como “olá” e “bom dia” eram utilizadas pelos holandeses no contato com os brasileiros. Nada de separação entre atletas e hóspedes. Craques como Arjen Robben, Wesley Sneijder e Robbin van Persie circulavam sem qualquer restrição pelas áreas do hotel que eram comuns a todos.
O gosto dos holandeses pelo funk, gênero musical famoso sobretudo no Rio de Janeiro, também provocou surpresa entre os baianos. Eles gostavam tanto que, após voltarem de um treino na Arena Fonte Nova, dançaram empolgados no saguão do Hotel Catussaba. Mais emblemático para os funcionários, porém, deve ter sido observar o craque Robben ouvindo “Beijinho no ombro” a todo volume enquanto malhava em uma bicicleta. A música é um grande hit da funkeira Valesca Popozuda.
Houve também quem aproveitasse a estadia na cidade para aprender a tocar um instrumento musical. Ou pelo menos tentar. No Hotel Deville – a Holanda, que disputou em Salvador partidas contra Espanha e Costa Rica, esteve hospedada nos dois hotéis –, o zagueiro Bruno Martins Indi sentou-se ao lado de um hóspede alemão e arriscou os primeiros passos no piano. Sandra Haas Guimarães, gerente geral do empreendimento, conta como tudo aconteceu.
– Teve o caso de um torcedor que passou uma semana aqui. Todo dia, ele sentava no piano e tocava. Quando chegou o pessoal da Holanda, o Indi sentou e começou a brincar com ele. O alemão ensinou três notinhas, indicou para o Indi quando entrar com a nota e fizeram aqui uma festa. Um piano a quatro mãos muito divertido – conta (assista ao vídeo ao lado).
Outra curiosidade a respeito dos holandeses: é bem possível que nada tenha tirado o sono de Louis Van Gaal enquanto ele esteve em Salvador. Também pudera. O treinador escolheu a suíte presidencial do Deville para garantir o merecido descanso – foi o único profissional que usou as acomodações durante a Copa. O quarto, que mede 151 m² (mais a varanda, que mede 13,56 m²), dispõe de antessala, sala de estar, sala de jantar, lavabo, cozinha com copa e kit, closet, varanda, suíte e uma cama box spring com dimensões de 2,40 x 2,00m. O banheiro da suíte tem ducha e jacuzzi dupla hidromassagem com vista para o mar.
SELEÇÃO DE UM JOGADOR SÓ
CR7
A rápida passagem de Portugal pelo Deville não impediu o diagnóstico certeiro: os jogadores precisam de um psicólogo, exceção feita a Cristiano Ronaldo. A brincadeira é motivada pela atenção excessiva dispensada ao melhor jogador do mundo em detrimento do restante do elenco. Todos os cuidados, toda a segurança, todos os acenos eram destinados ao craque do Real Madrid. Aos demais, nada.
– A seleção mais difícil (de gerenciar) foi a de Portugal, em função até de eles carregarem uma estrela muito grande. Eram muitas fãs atrás de Cristiano Ronaldo. Toda a atenção era em cima dele. A coisa chegou a ser tão acintosa que a gente nem olhava para os outros jogadores. A preocupação era tanta com ele que os outros jogadores passavam despercebidos. Chegava a ser até constrangedor – explica a gerente Sandra Haas.
Mesmo com toda a preocupação em torno do craque, ele estava relaxado. A impressão deixada por Cristiano Ronaldo foi a melhor possível. Segundo relatos dos funcionários, ele atendeu a fãs e funcionários educadamente, além de, sempre que possível, fazer pose para selfies. Selfie, aliás, era a palavra mágica para chamar a atenção dele, como brinca Sandra Haas.
– Não teve uma pessoa que não tenha sido atendida pelo Cristiano Ronaldo. A estrutura do time estava muito tensa em relação a ele. Mas ele não estava tenso. A palavra mágica era selfie. Falava selfie, ele colocava a carinha dele e abria um sorriso – brinca.
E houve até quem desse a sorte de encontrar o craque nos corredores. Uma hóspede, que se instalou no hotel justamente para tentar ver CR7, acabou por encontrar o jogador livre de seguranças circulando entre os apartamentos. Muito simpático, Cristiano Ronaldo posou para fotos, autografou camisas da seleção portuguesa e ainda recebeu uma carta da fã apaixonada.
ESPANHA À BASE DE FEIJÃO E PEIXE NOBRE
Eliminados na primeira fase, com direito à goleada por 5 a 1 para a Holanda, queriam os espanhóis que a passagem pelo Brasil fosse lembrada apenas pelas peculiaridades gastronômicas. Para Henrique Amaral, subgerente operacional do Hotel Catussaba, a corrida desenfreada para encontrar um peixe nobre que alimentaria Andrés Iniesta, Xavi Hernández, Iker Casillas e companhia marcou muito mais do que a derrota acachapante para os holandeses na Arena Fonte Nova.
– Os espanhóis pediram um peixe que não se encontra com facilidade na Bahia. Mas aí a gente substituiu por outro peixe, e eles aceitaram tranquilamente. É curioso, mas você vai encontrar esse peixe com o nome de peixe-sapo. É um peixe de características estranhas, mas que é comum na Europa. Ele foi substituído por pescada amarela. A gente tentou utilizar um peixe nobre para substituir. O nosso chefe de cozinha, que é espanhol, nos informou que esse é um peixe nobre na Europa, e que a carne dele também é macia. Em termos de espessura, o nosso é mais grossinho. Já esse é mais fininho. Mas conseguimos fazer a substituição – conta.
Já para o brasileiro Diego Costa, nascido na cidade de Lagarto, interior de Sergipe, nada de peixe nobre. Naturalizado espanhol, o atacante do Chelsea foi pessoalmente na cozinha do hotel e solicitou o bom e velho feijão.
Mais um fato curioso envolvendo o atacante: Diego solicitou à gerência do hotel que fossem disponibilizados aposentos para 15 familiares que vieram de Sergipe. Com certa dificuldade, o pedido foi atendido, e todos foram hospedados no resort que fica ao lado do hotel, ambos da mesma rede.
EUFORIA IRANIANA
Nenhuma outra seleção provocava tantas dúvidas entre os funcionários quanto a iraniana. A quantidade de orientações recebidas antes do início do Mundial provocou apreensão geral, sobretudo entre as mulheres – que ouviram que os iranianos não gostariam de ser atendidos por elas. Valda Dantas de Barros, chefe de governança do Deville, conta que não foi bem assim durante o torneio.
– Pelo que passaram para a gente, tanto para mim, governanta, como para as camareiras, ficamos assustadas. Passaram que eles não gostam de ser atendidos por mulheres. Isso nos deixou muito tensas. E não foi nada do que foi passado. Eles sempre cumprimentavam a gente. Quando queriam alguma coisa, pediam para a gente. Depois que aprenderam onde ficava a minha sala, toda hora batiam lá. Saíam do sexto andar para me procurar no terceiro e pedir arrumação. Então foi muito gratificante. Todo mundo se sentiu o dono do pedaço – afirma, orgulhosa.
Depois da estadia em Salvador, houve quem comparasse, inclusive, as culturas baianas e iranianas, principalmente no quesito religiosidade. Os funcionários contam que eles se sentiram à vontade no hotel para montar altar, queimar incenso, colocar santinhos nos quartos, acender velas. E a gastronomia também marcou presença: membros da delegação levaram muitos doces e comidas típicas de seu país e deixaram, inclusive, os petiscos à disposição nos potes da recepção do hotel.
Também chamou a atenção a euforia da torcida do Irã. Quem esteve presente na chegada da seleção ao hotel conta que foi uma experiência inacreditável. Intensos, os iranianos, hospedados em grande número no Deville, tomaram o saguão e fizeram uma grande festa, entoando cânticos a plenos pulmões.
– Tinha muito iraniano no hotel. Eles carregam uma torcida muito leal. Então, aonde a seleção vai, eles vão. A energia dessa torcida era uma coisa surpreendente. A chegada deles ao hotel foi uma coisa de arrepiar. Primeiro, ficamos com medo, porque eles são muito intensos e têm uma cara meio enfezada. Eles são muito simpáticos, mas o biótipo do iraniano… Eles falam alto, são barulhentos. O que a gente descobriu aqui foi um povo completamente intenso, alegre e muito pacífico. Não tinha qualquer agressividade neles – diz a chefe de governança.
– Tinha muito iraniano no hotel. Eles carregam uma torcida muito leal. Então, aonde a seleção vai, eles vão. A energia dessa torcida era uma coisa surpreendente. A chegada deles ao hotel foi uma coisa de arrepiar. Primeiro, ficamos com medo, porque eles são muito intensos e têm uma cara meio enfezada. Eles são muito simpáticos, mas o biótipo do iraniano… Eles falam alto, são barulhentos. O que a gente descobriu aqui foi um povo completamente intenso, alegre e muito pacífico. Não tinha qualquer agressividade neles – diz a chefe de governança.
CORDIALIDADE FRANCESA
Franca
Da França, os baianos puderam confirmar a fama de refinados dos seus representantes. Os jogadores chamaram a atenção por usar trajes de gala antes do jogo contra a Suíça, o chef surpreendeu pelas escolhas culinárias sofisticadas, e o mordomo – isso mesmo, os franceses levaram um mordomo! – encantou pela elegância.
Os franceses também aproveitaram a estadia em Salvador para desfazer a fama de exigentes e reclamões que pesa sobre eles. E ainda proporcionaram uma das cenas mais bonitas vista pelos funcionários do Deville. Iana Raquel de Azevedo, caixa em restaurante, conta como foi.
– A história bonita que eu vi aqui, que mais me chamou atenção, foi quando a delegação da França chegou. Um menino pediu ao pai para se hospedar aqui, justamente para que ele pudesse ver um jogador. Eu não entendo muito de jogador, mas sei que ele estava muito animado para vê-lo. Ele ficou bem perto da recepção. Quando esse jogador passou, eles começaram a chamar a atenção dele, pedindo para tirar foto. Era um menino bem pequeno, com a roupinha completa da França. Esse jogador não só parou, como carregou o menino e deu um beijo na testa. Esse menino se derreteu e começou a chorar, abraçando o pai, e o pai abraçando ele. E os dois começaram a chorar. Foi muito bonito – conta.
COSTA RICA DA ZOEIRA
Costa Rica Delegacao
A Costa Rica chegou a Salvador em clima de “já ganhou”. Não que torcedores e jogadores acreditassem que passar pela Holanda nas quartas de final do Mundial fosse barbada. Pelo contrário. A impressão deixada pelos costarriquenhos foi de que, depois de ter chegado tão longe no torneio, qualquer que fosse o resultado ao final dos 90 minutos estaria de bom tamanho – a Costa Rica foi eliminada nos pênaltis pelos holandeses.
A alegria dos costarriquenhos logo foi notada por todos os funcionários do Hotel Deville. Diferente das outras seleções, eles quebraram o protocolo permitiram que familiares dos jogadores circulassem pelo lobby do hotel – não era permitido aos familiares que dormissem no local. O resultado não tinha como ser outro: uma verdadeira “bagunça”, como explica Sandra Haas Guimarães.
– A Costa Rica veio arrastando a metade do país junto com eles no ônibus. Era impressionante a quantidade de costarriquenhos aqui no lobby. Mas eles já são menos focados na torcida do que os iranianos. A torcida da Costa Rica era bagunça. Era tumulto. Eles já estavam tão felizes de chegarem nas quartas que, para eles, a Copa já estava ganha. Então isso aqui virou uma zona. Todos os protocolos que as outras seleções tinham, eles já não tinham. Foi um “sobe e desce” de amigos. Muita família. A família dos jogadores estavam em Salvador, mas a delegação não deixou que se hospedassem no hotel. Para a gente foi mais difícil, porque você perde o controle do acesso – afirmou.

Reportagem de: 01.08.2014

Disponível em:
http://globoesporte.globo.com/ba/noticia/2014/08/holandeses-funkeiros-costa-rica-da-zoeira-cr7-bastidores-da-copa-na-ba.html

Segundo pesquisa, mais de 166 mil argentinos vieram ao Brasil na Copa

Argentinos Copa
Um pouco mais de duas semanas após o fim da Copa do Mundo, a Embratur (Instituto Brasileiro de Turismo) revelou o número de visitantes ao país no período da competição, que foi realizada entre os dias 12 de junho e 13 de julho. Vice-campeã, a Argentina lidera a pesquisa com um total de 166.772 pessoas, sendo que boa parte entrou por via terrestre.
Chile tem aumento de 92,8% nos voos
Por região, o maior crescimento foi registrado nos voos com origem na América Latina, com alta de 20% – passaram de 1.226 para 1.472 voos no período. Entre as cidades, Santiago do Chile foi a que se destacou com um aumento de 92,8%. Passou de 125 para 241 voos na comparação de junho/julho deste ano com os mesmos meses do ano passado. O número de voos de Buenos Aires passou de 488 para 521 no mesmo período, uma alta de 6,76%
– O aumento do número de voos em países vizinhos reforça nossa estratégia de investir no turismo intrarregional para elevar o receptivo de turistas internacionais do Brasil a um novo patamar – disse o presidente da Embratur, Vicente Neto, ao site oficial.
Segundo a Embratur, no período da Copa, o número total de voos estrangeiros para o Brasil cresceu 14%. Passou de 2.368 nos meses de junho e julho, em 2013, para 2.698 no mesmo período deste ano. Os voos com origem em países da América do Norte subiram 4,1%, de 487 para 507. Mas algumas cidades tiveram, percentualmente, um aumento maior: 300% para os procedentes de Los Angeles (subiram de 6 para 24); 20,46% dos que partiram de Miami (210 para 253); de 7,29% em Nova Iorque (de 96 para 103); e de 33% em Atlanta (42 para 56).

Entre os voos com origem em países da Europa, que passaram de 487 para 407 no período da Copa, aqueles com saída de Lisboa cresceram 8,27% (133 para 144); os que vieram de Madri aumentaram 20% (de 64 para 77); e aqueles que partiram de Roma subiram 18% (de 27 para 32).
Ranking dos 15 países que mais enviaram visitantes durante a Copa:

Origem Total
Argentina 166.772
Estados Unidos 111.380
Chile 54.427
Colômbia 49.246
México 40.517
Reino Unido 40.408
França 39.968
Alemanha 35.640
Uruguai 35.018
Portugal 23.949
Peru 21.084
Itália 20.919
Venezuela 20.064
Paraguai 19.481
Espanha 19.447

Reportagem de: 31.07.2014

Disponível em:
http://globoesporte.globo.com/futebol/copa-do-mundo/noticia/2014/07/segundo-pesquisa-mais-de-166-mil-argentinos-vieram-ao-brasil-na-copa.html

Copa colabora para recorde nas receitas de turistas estrangeiros no Brasil

Hospedagem turistas
As receitas de turistas estrangeiros em viagem no Brasil chegaram a US$ 797 milhões, em junho, e a R$ 3,647 bilhões, no primeiro semestre, de acordo com o BC (Banco Central). Esses resultados são os maiores da série histórica do BC, iniciada em 1947. O resultado do mês passado foi superior em 76% ao do mesmo período de 2013 (US$ 453 milhões). De acordo com os dados parciais deste mês, até o dia 23, as receitas chegaram a US$ 609 milhões, com crescimento de cerca de 50% em relação a julho de 2013.

O motivo para o crescimento das receitas foi a Copa do Mundo, realizada no Brasil, entre os dias 12 de junho e 13 de julho.

Já as despesas de brasileiros no exterior chegaram a US$ 2,001 bilhões, em junho, e a US$ 12,486 bilhões, no primeiro semestre, contra US$ 1,908 bilhão e US$ 12,209 bilhões, em iguais períodos de 2013.

Essa conta das viagens internacionais, formada pelas receitas e despesas, ficou negativa US$ 1,204 bilhão, no mês passado, resultado 17% menor do que em junho de 2013. O déficit menor na conta de viagens ajudou a melhorar o resultado das transações correntes, que são as compras e vendas de mercadorias e serviços do Brasil com o resto do mundo. Em junho, o déficit em transações correntes ficou em US$ 3,345 bilhões, o menor saldo negativo para o mês, desde 2009 (US$ 575 milhões).

Também contribuiu para o resultado, o superávit comercial (exportações maiores que as importações) de US$ 2,364 bilhões, no mês passado. Outro fator foi o menor envio de lucros e dividendos de empresas no Brasil para o exterior. Em junho, essas remessas chegaram a US$ 1,694 bilhão, contra US$ 2,223 bilhões registrados no mesmo mês de 2013.

Segundo o chefe adjunto do Departamento Econômico do BC, Fernando Rocha, a explicação para a redução nas remessas é o menor lucros das empresas no Brasil por conta da atividade econômica moderada. Há também a influência da taxa de câmbio, que determina em dólares quanto é remetido para o exterior.

Reportagem de: 26.07.2014

Disponível em:
http://copadomundo.ig.com.br/2014-07-25/copa-do-mundo-leva-a-recorde-nas-receitas-de-turistas-estrangeiros-no-brasil.html

Turistas rejeitam Itaquera, e imóveis para alugar encalharam durante a Copa

Hotel Rejeitado
O sonho de ganhar uma bolada com a Copa do Mundo acabou frustrado em Itaquera, bairro no extremo da zona leste de São Paulo onde fica o Itaquerão, arena que recebeu os seis jogos da Copa do Mundo realizados na capital paulista.

Antes do início do Mundial, dezenas de moradores da região registraram suas casas em sites nacionais e estrangeiros de aluguel de imóveis, muitas vezes com preços exorbitantes, na tentativa de lucrar com a Copa do Mundo. Mas, para a tristeza daqueles que investiram em reformas, produtos e serviços para esperar os turistas, os mais de 540 mil estrangeiros que vieram a São Paulo preferiram se instalar em outras localidades.

No último sábado, o UOL Esporte foi até Itaquera e conversou com alguns dos moradores que disponibilizaram suas casas para aluguel durante a Copa. Ninguém conseguiu alugar. O técnico de transporte Arnaldo Gonçalves, por exemplo, estava confiante que iria receber R$ 65 mil pelo aluguel por 30 dias do apartamento de dois quartos e 56 metros quadrados, localizado a dois quilômetros do Itaquerão.

Antes da Copa, em entrevista ao UOL Esporte, Gonçalves se mostrava bastante otimista. Dizia que já havia recebido sondagens de turistas interessados e que o anúncio do imóvel na internet estava recebendo inúmeras visitas.

No último sábado, porém, a mulher de Gonçalves, Andressa, contou que não conseguiram alugar o imóvel. “Esses turistas da Copa são todos ‘duros’. Só tinham dinheiro para beber e ver o jogo”, lamentou ela. Mas R$ 65 mil não seria muito dinheiro? É mais do R$ 2.000 por dia, mais caro do que qualquer hotel de luxo. “Ah, eu não ia sair da minha casa por pouco dinheiro né”, raciocina Andressa.

Já o cabeleireiro Rodrigo Eduardo Mamel, que mora em um edifício da Cohab junto com a mãe em Itaquera, não tem apenas a quebra de expectativa a lamentar. Antes da Copa, ele contou ao UOL Esporte que investiu R$ 35 mil em seu imóvel para receber algum turista estrangeiro. Quanto ele estava pedindo? R$ 120 mil por todo o período do Mundial. Sua oferta foi tão pitoresca que ele foi até parar na televisão, no programa Mais Você, da Ana Maria Braga.

Agora que a Copa passou, ele prefere se manter distante dos holofotes. A reportagem foi ao seu apartamento no último sábado, mas o porteiro informou que ele não iria atender a nenhum jornalista, que ele não conseguiu alugar o apartamento e não tinha mais nada a dizer.

Mesmo quem tentou alugar o imóvel por valores compatíveis com a realidade não logrou êxito em Itaquera. A servidora aposentada Maria Amélia dos Santos, por exemplo, estava pedindo R$ 120 por dia por sua casa de três quartos, duas salas, varanda e churrasqueira. “A página do anúncio da minha casa no site imobiliário teve 1.500 visitas, chegaram até a vir aqui, mas ninguém quis alugar”, conta.

No meio da Copa, Maria Amélia resolveu baixar o preço da oferta. “Colocamos no site o valor de R$ 60 por dia, mas nem assim alugaram. Os gringos foram todos para a Vila Madalena (bairro boêmio da zona oeste paulistana), queriam saber de agito”, conclui ela.

VEJA ALGUMAS OFERTAS QUE NÃO DERAM CERTO EM ITAQUERA

Reportagem de: 20.07.2014

Disponível em:
http://copadomundo.uol.com.br/noticias/redacao/2014/07/21/turistas-rejeitam-itaquera-e-imoveis-para-alugar-encalharam-durante-a-copa.htm

171, 35,6 milhões, 1 bilhão: Números que fizeram a Copa

Legado Copa
Depois de um mês intenso de jogos, torcidas, gols e a dolorida decepção pela goleada brasileira na semifinal, o Brasil se despede de sua Copa do Mundo.

A BBC Brasil levantou alguns números que dão a dimensão do Mundial, dentro e fora dos 12 estádios-sede do evento:

3.429.873

É o público somado das 64 partidas da Copa. A melhor média de público ficou com a finalista Argentina (63.647) e a pior, com a Itália (39.930).
A soma, feita a partir dos relatórios oficiais de cada partida, é superior ao público da Copa da África do Sul (3,178 milhões) e ao da Copa alemã (3,359 milhões).
Só não superou o público da Copa de 1994, nos EUA, que recebeu 3,587 milhões de pessoas nos estádios.

4.157

É, segundo as estatísticas da Fifa, o número de passes completados pela Alemanha, o que representa 82% de seus passes totais – fazendo da seleção alemã a campeã também nesse quesito nesta Copa, com seu estilo de jogo baseado em muita corrida em campo e muitas trocas de passe.
O Brasil completou cerca de 1,5 mil passes a menos que a equipe campeã do Mundial.

171

É o número de gols marcados nesta Copa brasileira – com a ajuda do gol de Götze, na final no Maracanã, e de 7 outros gols alemães contra o Brasil -, igualando a marca da Copa de 1998. Em comparação, foram 145 na África do Sul e 147 na Alemanha. Destaque curioso: do ponto de vista estatístico, quem melhor aproveitou seu tempo em campo foi o meio-campista americano Julian Green, que jogou apenas 13 minutos, mas marcou seu gol.

8

Este dói na lembrança: é o maior número de gols em uma partida desta Copa, justamente o 7 a 1 sofrido pelo Brasil nas mãos da Alemanha, na semifinal.
O consolo para o Brasil é que a seleção não sofreu a maior goleada da história das Copas: esta aconteceu na Copa de 1982, quando a Hungria fez 10 a 1 em El Salvador.

129

É o número de jogadores que foram convocados, treinaram, mas… só viram a ação de longe, no banco de reservas. Não entraram em campo. A maioria são goleiros reservas: 54 dos convocados não jogaram. Esses jogadores que não entraram em campo representam cerca de 17% do total de jogadores convocados ao Mundial.

40

É o número de tempos (regulamentares) em que não houve gols nesta Copa, apesar da grande quantidade de gols do Mundial. A maioria desses tempos foi na primeira fase do torneio: 24. Claro que muitos desses períodos sem gols não provocaram bocejos: a final Alemanha x Argentina foi emocionante apesar da ausência de gols no tempo regulamentar.

22

É o número de jogos em que uma equipe perdeu a partida apesar de ter tido a maior posse de bola. Isso ocorreu em mais de um terço dos 64 jogos do Mundial, portanto.
O Brasil, por exemplo, teve mais posse de bola contra Alemanha e Holanda, apesar de ter perdido de ambos. A Espanha também teve 58% da posse em seu primeiro jogo, quando perdeu de 5 a 1 para os holandeses.

7

É a quantidade de cartões vermelhos distribuídos na Copa 2014 – número bem inferior aos das Copas anteriores (foram 17 na África do Sul e 28 na Alemanha).
As equipes que tiveram jogadores expulsos foram Uruguai, Bélgica, Equador, Camarões, Croácia, Itália e Portugal.

4

É o número de vezes consecutivas em que a campeã Alemanha fica no “top 4” de uma Copa – um recorde.
E Klose, além de ser o maior goleador em Copas (com 16 gols), é também o único jogador a ficar no top 4 quatro vezes seguidas.

9

É o triste registro do número de operários que morreram durante a construção dos estádios da Copa do Mundo brasileira. É importante registrar, também, que duas pessoas morreram na queda de um viaduto em Belo Horizonte durante o Mundial.

50%

É a porcentagem estimada das obras de mobilidade urbana e de aeroportos que ficaram prontas a tempo do início da Copa nas cidades-sede, segundo diferentes projeções. Muitas obras foram entregues incompletas.

140 mil

É o público, entre maio e 10 de julho, do Museu do Futebol, um dos principais pontos turísticos de São Paulo durante a Copa. Segundo o museu, 40% deles eram estrangeiros.
Só em junho foram 62 mil visitantes – mais do dobro do público recebido em junho de 2013.

700 mil

É o número de estrangeiros que entraram no país somente no mês de junho, segundo o governo (a expectativa inicial de turistas era de 600 mil). Os países que mais enviaram turistas foram a Argentina, os EUA e o Chile. A estadia média foi de 8,2 dias.

200 milhões

É a quantia, em reais, que a chamada “máfia dos ingressos” obtinha em cada Copa do Mundo com a venda irregular de entradas para os jogos, segundo inquérito da polícia civil do Rio de Janeiro, que investiga o caso. Quando o esquema foi descoberto, os envolvidos negociavam ingressos para jogos do Brasil por até R$ 7 mil, e os preços de ingressos para a final atingiam até R$ 35 mil. Os ingressos seriam dados a ONGs ou oferecidos como cortesia a jogadores e federações.

35,6 milhões

É o número de tuítes durante a (dolorosa, para brasileiros) partida entre Brasil e Alemanha, na semifinal – o jogo mais comentado na rede social. Foi também o jogo com o maior número de tuítes por minuto: 580.166, no gol de Sami Khedira. No total, o Twitter contabilizou 672 milhões de tuítes relacionados à Copa durante o evento.

1 bilhão

É o número de posts, curtidas e comentários a respeito da Copa no Facebook, apenas na primeira metade do torneio. A Copa 2014 se tornou o evento esportivo mais comentado da história da rede social em sua década de existência. “As pessoas estão tendo conversas no Facebook a respeito do que assistem em uma escala sem precedentes”, disse na época à agência de notícias Reuters o diretor de parcerias da rede social, Nick Grudin.

2 bilhões

É o número estimado de buscas no Google relacionadas à Copa do Mundo durante o evento. Neymar, Cristiano Ronaldo e Messi estiveram entre os mais buscados.

Reportagem de: 15.07.2014

Disponível em:
http://copadomundo.uol.com.br/noticias/bbc/2014/07/15/171-356-milhoes-1-bilhao-numeros-que-fizeram-a-copa.htm

Brasil recebeu 1 milhão de estrangeiros durante a Copa, diz Governo

Turistas Salvador
O governo federal divulgou nesta segunda-feira (14) o balanço das ações desenvolvidas durante a Copa e informou que cerca de um milhão de turistas estrangeiros visitaram o Brasil durante o Mundial. Os turistas brasileiros viajando pelo pais no período da competição foram pouco mais de três milhões, de acordo com os números apresentados pelo ministro-chefe da Casa Civil.

O número supera em cerca de 400 mil pessoas a previsão do Ministério do Turismo, que era de que 600 mil estrangeiros viessem ao Brasil durante a Copa. O Balanço foi apresentado em Brasília, no CICC (Centro Integrado de Comando e Controle) nacional da Copa. Além da presidente Dilma Rousseff, 16 ministros participaram da apresentação.

De acordo com a pesquisa divulgada na ocasião, desenvolvida pela Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), os estrangeiros vieram de 203 países diferentes. Destes, turistas de 188 países tinham ingressos para o Mundial.

Segundo o governo, 95% dos estrangeiros têm intenção de voltar ao Brasil. Cada turista estrangeiro ficou, em média, 13 dias no Brasil, e 83% disseram que o país “atendeu plenamente ou superou suas expectativas”. Ao todo, 378 municípios foram visitados pelos estrangeiros durante a Copa.

Ao todo, 16,7 milhões de passageiros voaram dentro do território nacional durante a Copa, do dia 10 de junho ao dias 13 de julho. O aeroporto que mais recebeu viajantes foi o de Guarulhos, na região metropolitana de São Paulo, com 3,8 milhões neste período. Os números relativos aos aeroportos foram divulgados nesta segunda-feira (14) pela Secretaria de Aviação Civil da Presidência da República.

O dia de maior movimento aéreo foi em 3 de julho, quando 548 mil passageiros voaram pelo país. O recorde do Carnaval é de 467 mil passageiros voando em um único dia, e no final do ano, no período do Natal e Ano Novo, o recorde é de 420 mil passageiros em um único dia. O aeroporto de Brasília recebeu 1,6 milhão de passageiros; o Galeão, no Rio de Janeiro, recebeu 1,8 milhão e o de Congonhas, em São Paulo, 1,3 milhão nos dias da Copa do Mundo.

Segundo o ministro-chefe da Secretaria de Aviação Civil, Wellington Moreira Franco, o índice de atrasos em vôos durante durante o Mundial foi de 7,46% dos 263 mil pousos e decolagens no período. O tempo médio para que um passageiro passasse pelo controle de segurança no raio-x dos aeroportos antes de embarcar foi de dois minutos e 34 segundos. A média de tempo para restituição de bagagem dos passageiros nos aeroportos foi de 8 minutos em vôos domésticos e 28 minutos em vôos internacionais.

Reportagem de: 15.07.2014

Disponível em:
http://copadomundo.uol.com.br/noticias/redacao/2014/07/14/brasil-recebeu-1-milhao-de-estrangeiros-durante-a-copa-diz-governo.htm