Copa 2014: acusados de calote, alemães começam a quitar dívidas

Alemaes na Boa
Acusada de calote por credores, a Acquamarina Santo André Empreendimentos Imobiliários começou a quitar suas dívidas. A companhia contratada pela Federação Alemã (DFB) para construir e administrar a concentração e o CT dos campeões mundiais na Vila Santo André, um povoado com cerca de 800 habitantes em Santa Cruz Cabrália – cidade próxima a Porto Seguro, na Bahia – está em débito com fornecedores, empresas, artistas plásticos e devia até mesmo a conta de luz da instalação.

Os credores ameaçaram entrar na Justiça para cobrar quase R$ 500 mil. A dívida, porém, pode ultrapassar R$ 1 milhão. A empresa pertence a três sócios alemães residentes no Brasil e foi criada especialmente para tocar o empreendimento imobiliário financiado pela DFB visando a Copa do Mundo. O sócio e gestor Tobias Junge culpou o Banco Central pelos atrasos nos pagamentos.

– Gostaria muito que isso fosse esclarecido. Admito o atraso, mas tivemos problemas com o fluxo de caixa e a liberação do dinheiro pelo Banco Central. Houve um problema de câmbio. Posso garantir aos credores que tudo será pago. Já pagamos cerca de meio milhão na última semana. O dinheiro já está no Brasil – garantiu o empresário alemão.

Em contato com o GloboEsporte.com, o Banco Central alegou não comentar casos específicos. No entanto, a assessoria do órgão ressaltou que o Banco Central não tem nenhum papel em “liberar” pagamentos em operações de cambio ou qualquer outra operação.

Em relação aos sete artistas plásticos contratados para ajudar nas instalações do Campo Bahia, CT construído e utilizado pelos alemães, três deles receberam o pagamento na semana passada. Houve um acordo com o grupo, que ameaçava entrar na Justiça. No total, a dívida com os artistas ultrapassou o valor de € 100 mil (aproximadamente R$ 300 mil). A promessa é que os demais profissionais recebam nos próximos dias.

Outro credor, a Greenleaf, empresa responsável pelo gramado do Campo Bahia, recebeu desde a última semana duas das três parcelas que tem a receber pela instalação e manutenção do único campo do centro de treinamento. O valor total do serviço se aproxima dos R$ 170 mil. A empresa, que também pensou em acionar a Justiça, cogitou retirar os equipamentos de irrigação para minimizar o prejuízo.
Tobias Junge lamentou a repercussão da notícia da dívida, uma vez que ela mancha, segundo ele, um trabalho positivo para a Alemanha e para a comunidade de Santa Cruz Cabrália.

– Fiquei muito chateado com a notícia, pois o balanço social do projeto é positivo. A coleta de lixo da comunidade, por exemplo, vem sendo paga por nós e em dia.

O empresário ainda falou sobre o campo que deveria ser construído na cidade com recursos da Federação Alemã. Prometida como legado, a obra, que deveria ser entregue até o final de julho, ficou paralisada. Tobias prometeu a conclusão para os próximos dias.

Reportagem de:30.08.2014

Disponível em:
http://globoesporte.globo.com/futebol/copa-do-mundo/noticia/2014/08/copa-acusados-de-calote-alemaes-comecam-quitar-dividas.html

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