O técnico da Itália, Cesare Prandelli, não tem tempo para a histeria, as teorias da conspiração e a negatividade que tantas vezes estão próximas da seleção tetracampeã mundial.
Em menos de quatro anos, Prandelli reconstruiu o time das cinzas do fracasso da Copa do Mundo de 2010 e transformou a Itália em um time mais consistente e agradável. Os dramas, as malandragens e o rígido sistema defensivo foram substituídos por um estilo mais aberto e ofensivo de jogo.
Prandelli assumiu o comando da seleção italiana após a eliminação precoce da equipe na Copa de 2010, quando caiu ainda na primeira fase, sem vencer um jogo sequer. Uma das primeiras atitudes dele no carto foi impor um novo código de ética no time, sob o qual os jogadores seriam barrados caso ele sentisse que eram exemplos negativos. Mesmo sendo peças fundamentais da equipe, Daniele De Rossi e Mario Balotelli infringiram as regras e chegaram a passar um tempo afastados. Já o atacante Pablo Osvaldo perdeu a Copa das Confederações após criticar publicamente o seu treinador na Roma, clube que defendia na época.
Ainda assim, ao mesmo tempo, Prandelli conseguiu nutrir os talentos de jogadores considerados difíceis e repetidamente expressou sua confiança em Balotelli. Disse, por exemplo, que o atacante “precisa de amor”. Também não teve medo de convocar jogadores nascidos em outros países, como os brasileiros Thiago Motta e Rômulo.
Durante a Eurocopa de 2012, Prandelli se recusou a aceitar sugestões de que a Espanha e a Croácia jogariam por um empate para eliminar o seu time na última rodada da fase de grupos. “No fim das contas, este é um jogo simples de futebol e o futebol precisa levar alegria às pessoas”, disse. Na ocasião, os espanhóis bateram os croatas, e a Itália seguiu para chegar à final, superando as expectativas.
Antes do mesmo torneio, Prandelli disse que não seria um problema para ele se a Itália precisasse desistir da competição por causa do último escândalo de manipulação de resultados. Ele também levou os jogadores a uma prisão em Florença e fez o time treinar no coração da Calábria, no novo campo de Rizziconi, em terreno confiscado da Ndrangheta (a máfia calabresa).
Nos últimos quatro anos, conseguiu fazer a seleção italiana apresentar evolução. O vice da Eurocopa de 2012 e o terceiro lugar da Copa das Confederações de 2013 sinalizam isso. Resta agora confirmar o bom trabalho com uma campanha na Copa do Mundo que seja boa o suficiente para apagar o vexame de 2010.
Reportagem de: 25.05.2014
Disponível em:
http://copadomundo.ig.com.br/2014-05-25/prandelli-muda-caracteristicas-da-italia-para-faze-la-apagar-fracasso-de-2010.html
O Futebol na Rede 