Polêmico, francês Evra encara sua 2ª Copa para superar greve e fracasso de 2010

Evra
A greve durante a Copa da África do Sul e a campanha desastrosa da França marcaram o primeiro mundial da carreira de Patrice Evra. Capitão da seleção de Raymond Domenech, o lateral-esquerdo foi um dos personagens da frustrante passagem francesa pela África. Quatro anos depois, o jogador volta a ter moral na seleção e terá a chance de se redimir.

Após o vice-campeonato na Copa da Alemanha, de 2006, a geração de Zidane, Vieira, Barthez e Thuram deu adeus à seleção francesa. Era a hora de Evra, Ribery, Lloris e cia. assumirem o protagonismo e dar continuidade à recente trajetória de sucesso. Mas, a seleção comandada por Raymond Domenech fracassou e sequer avançou para as oitavas do Mundial.

A França empatou sem gols diante do Uruguai na estreia, mas a derrota para o México, por 2 a 0, na segunda partida, foi a gota d’água. Evra tomou as dores pelo corte do companheiro Anelka e liderou o grupo francês em uma greve, que durou um treinamento. Ainda na África do Sul, o lateral-esquerdo se desentendeu e quase chegou às vias de fato com o preparador físico da seleção, Robert Duverne. Evra não foi relacionado por Domenech para a partida contra os anfitriões e levou cinco jogos de suspensão da França.

Pouco antes de disputar sua segunda Copa do Mundo, Evra se envolveu em outra polêmica. O lateral fez duras críticas à imprensa francesa. Sobrou até para o ex-lateral-esquerdo Bixente Lizarazu, campeão do mundo em 1998.

“Quando encontro as pessoas na rua, elas são super amigáveis. Não sei o que Lizarazu tem contra mim. Ele nunca foi votado como melhor lateral-esquerdo do mundo, como eu fui. Com a França, ele não quis apertar minha mão quando eu cheguei, mas ele é assim mesmo”, disse Evra.

Por conta das ofensas, o jogador foi julgado, porém inocentado pela Federação Francesa de Futebol. Assim, foi convocado normalmente por Didier Deschamps para o duelo pela repescagem para a Copa de 2014, diante da Ucrânia, mas perdeu a faixa de capitão da equipe para o goleiro Lloris.

Nascido no Senegal, Evra tentou ser atacante
Evra nasceu em Dakar, no Senegal, mas foi para a França com os pais ainda na infância. Mesmo como lateral-esquerdo, é elogiado pela eficiência no apoio ao ataque. Tal característica não veio à toa. No início da carreira, era usado como atacante e disse que sempre gostou de ver Romário jogar.

Iniciou sua carreira profissional na Itália, jogando pelo Marsala, da Sicília, aos 17 anos. Teve passagens pelo Monza, também italiano, e pelo Nice, porém despontou para o cenário europeu mesmo no Monaco, onde atuou de 2002 a 2006.

No Manchester United, time que permanece até hoje, atingiu seu melhor momento. Contratado por 5,5 milhões de euros, Evra teve dificuldades no começo de sua passagem pelo time inglês, pois ainda dividia a preferência do técnico Alex Ferguson com Heinze e Silvestre. Em 2007, veio a titularidade do Manchester e no ano seguinte conquistou seu grande título carreira: a Liga dos Campeões da Europa de 2007/2008. Pelo time inglês, ainda possui cinco campeonatos nacionais e três Copas da Liga Inglesa.

Títulos pelo seu clube não faltam a Evra, restam agora momentos de sucesso com a camisa da França. No Brasil, o jogador de 32 anos deve ter a sua última chance de brilhar pela sua seleção. Pelo menos, para apagar o fracasso de 2010.

Reportagem de:31.03.2014

Disponível em:
http://copadomundo.ig.com.br/2014-03-31/polemico-frances-evra-encara-sua-2-copa-para-superar-greve-e-fracasso-de-2010.html

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