O Brasil é passado. O mundo do futebol agora volta seus olhos à Rússia, que sediará a Copa do Mundo de 2018. E, quatro anos antes de a bola rolar, já é possível afirmar que o próximo Mundial será o mais caro da história, superando de longe o que se gastou no Brasil. Algo que não agrada muitos russos.
De acordo com a rede britânica BBC, o orçamento da Rússia para a próxima Copa do Mundo saltou de US$ 19 bilhões (cerca de R$ 38 bilhões) para US$ 40 bilhões (cerca de R$ 80 bilhões). No Brasil, o orçamento da Copa de 2014 foi de R$ 33 bilhões, menos da metade da previsão de gastos da próxima sede.
O que houve no Brasil serve de alerta para os russos no que diz respeito a estádios, atualmente o maior problema da Copa de 2018. Por lá, como por aqui, teme-se que algumas arenas transformem-se em elefantes brancos. “Uma cidade como Saransk não precisa de um estádio de 40 mil lugares”, afirmou à BBC o jornalista Igor Rabiner.
A média de público do Campeonato Russo é de 11,5 mil pessoas por jogo, enquanto as arenas do Mundial precisam ter ao menos 45 mil lugares. “Estádios precisam ter uma função, não podem ficar largados e vazios”, disse Nikolay Levshits, ativista russo que pede a redução de gastos com a Copa. “E os custos poderiam diminuir com a ajuda da iniciativa privada e de patrocinadores”, prossegue.
O que não se espera na Rússia, de acordo com Levshits, são protestos semelhantes aos do Brasil. Na visão dele, o fato de o Estado controlar a TV faria com que os manifestantes fossem retratados de forma negativa, ganhando, assim, a antipatia popular. “Podemos apenas nos posicionar através de manifestos calmos e informativos”, disse ele.
Reportagem de: 23.07.2014
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http://copadomundo.ig.com.br/2014-07-23/russia-repete-o-brasil-e-contesta-copa-de-2018-a-mais-cara-da-historia.html