Mirando a Copa, Rússia libera propaganda de álcool até 2018

Antecipando-se a Copa, a Rússia flexibilizou a proibição de publicidade de bebidas alcoólicas até depois do Mundial de 2018. Uma das empresas beneficiadas é a Anheuser-Busch Inbev, dona da marca Budweiser.

Cerveja
As propagandas estavam proibida desde 2012 num esforço para diminuir os problemas do país com alcoolismo. Com mudança, está permitida a publicidade em televisão nos eventos esportivos. Na mídia imprensa não haverá qualquer restrição.

O governo do país informou que a medida foi tomada com a intenção de “atrair receita adicional de patrocínio para apoiar a organização, preparação e desenvolvimento de eventos esportivos na Rússia”. O país prevê gastar R$ 38 bilhões de reais para sediar a Copa.

Cabe ressaltar que na Rússia a cerveja foi considerada uma bebida alcoólica somente em 2012. O governo tem procurado controlar o consumo que aumentou a partir do ano 2000. De acordo com a Organização Mundial de Saúde, cada habitante bebe em média 18 litros de álcool por ano, o dobro do máximo aceitável.

Reportagem de: 12.07.2014

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http://copadomundo.uol.com.br/noticias/redacao/2014/07/12/mirando-a-copa-russia-libera-propaganda-de-alcool-ate-2018.htm

Vexame na Copa do Mundo afeta até patrocinadores da seleção

Bra x Ale
A maior humilhação da história do futebol brasileiro não passou despercebida por quem aposta pesado no sucesso do time. Patrocinadores da seleção brasileira estão preocupados com os efeitos junto ao público da derrota de 7 a 1 para a Alemanha e estão preparados para “esfriar” a relação com a equipe nos próximos meses. O UOL Esporte apurou que pelo menos uma das 14 empresas patrocinadoras da CBF e uma das que há mais tempo tem parceria com e entidade, pretende reduzir substancialmente ações ligadas à seleção como forma de se “proteger” de uma associação negativa.

O fenômeno já foi perceptível logo depois dos eventos do Mineirão. Durante pelo menos 24 horas, apenas a Sadia tinha veiculado algum tipo de mensagem de apoio à equipe de Felipão, veiculando o slogan “Tamo juntinho” em jornais e na TV. Uma situação que sugere a falta de um plano B que pudesse lidar com o fato de a seleção ter sido eliminada levando a maior goleada de seus 100 anos de história e numa Copa realizada no Brasil.

“É muito comum que patrocinadores preparem material tanto para o caso de vitórias como o de derrotas, mas ninguém em sã consciência imaginava que a seleção seria humilhada dessa maneira. Há uma impressão de pânico generalizado e que ficar quieto é a melhor maneira de evitar exposição”, disse ao UOL Esporte um executivo do ramo da publicidade, que pediu anonimato.

Um outro executivo ouvido pelo UOL levantou ainda a possibilidade de a Argentina ser campeã no domingo, o que poderia complicar ainda mais a estratégia dos patrocinadores. Mas o maior problema é mesmo o “risco” de a humilhação sofrida diante da Alemanha levar a discussões mais profundas sobre o futuro do futebol brasileiro ou mesmo a constatação de inferioridade da seleção brasileira diante dos rivais.

“Depois da Copa das Confederações, quando o público voltou a abraçar a seleção, esse resultado é preocupante porque uma discussão sobre o futuro da seleção pode complicar as campanhas. O momento é de cautela até que se possa medir a percepção do público sobre o que aconteceu”, recomenda o executivo.

Especialistas em marketing esportivo, no entanto, não acreditam em risco imediato de cancelamento de contratos publicitários, não só porque a CBF é conhecida por exigir compromissos longos – alguns de seus milionários acordos com patrocinadores, por exemplo, só vencem em 2022 -, mas também porque grandes empresas tem uma relação estratégica com o futebol e por isso escolheram o maior símbolo do esporte no Brasil para despejar na CBF R$ 278 milhões no ano passado.

“Mas a pressão sem dúvida recai sobre a CBF agora que uma derrota tão acentuada virou uma discussão sobre o estado do futebol brasileiro e a entidade é a principal responsável pelo caos estrutural e mesmo o argumento de que a seleção escapava por ter os jogadores nos grandes clubes europeus para de funcionar. A marca da seleção desvaloriza”, opina o consultor de marketing esportivo Amir Somoggi.

Reportagem de: 12.07.2014

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Criador do spray dos árbitros quer ‘vender’ empresa para Fifa após a Copa

Heine Allemagne
O spray utilizado pelos árbitros brasileiros há mais de 10 anos, e empregado pela primeira vez na Copa do Mundo aqui no Brasil, poderá ser um produto da Fifa em breve. Heine Allemagne, criador do equipamento, admite que deseja ver a empresa sendo administrada pela entidade máxima do futebol depois do Mundial. Para ele, com isto a ferramenta que ajuda na formação das barreiras terá como ser comercializada em todo o mundo.

Atualmente, a 915 Fair Play – empresa que une Allemagne e um empresário argentino, não recebe nada da Fifa pelo uso do spray na Copa do Mundo, de acordo com o próprio. Os 320 tubos do produto foram produzidos em fábricas no interior do Paraná e da Argentina, com recursos próprios, e colocados à disposição para os 64 jogos.

“É gratuito, nós produzimos em uma iniciativa privada e repassamos. Não existe um contrato para uso do produto. As pessoas até acham que isto me deixou rico, mas o projeto não foi conduzido como plano comercial. Eu realmente quis ajudar o esporte e o retorno financeiro é uma consequência”, disse Heine Allemagne, mineiro e com 43 anos.

O período de ‘degustação’ – com uso sem custos, poderá facilitar a negociação para o repasse da empresa. A previsão é de que em setembro a Fifa se reúna com a International Board e avalie se o equipamento realmente faz a diferença. E se terá de se tornar obrigatório. A partir desta decisão é que o empresário brasileiro espera obter receita.

“Neste momento somos dois sócios na empresa, abrimos cotas para produzir a remessa usada na Copa. Mas a minha ideia é que a Fifa assuma. Ela tem que levar isto adiante, o spray vai se transformar em algo vital para o árbitro e o jogo”, afirmou Allemagne.

Na Copa do Mundo, o árbitro de cada partida recebe um estoque de cinco tubos de spray para utilizar nos 90 minutos e eventual prorrogação. A 915 Fair Play garante que o custo de produção de cada tubo gira em torno de cinco dólares, algo como R$ 11,15. Mais R$ 5 da presilha que sustenta o item ao calção do árbitro. Desta forma, a empresa gastou pouco mais de R$ 5.100 para disponibilizar a carga usada no Mundial.

“Conversei certa feita com o então presidente da comissão de arbitragem da Fifa, Ángel Villar, e disse a ele que o spray deveria ter um custo especifico em cada região. Um valor na África, outro na Europa e assim vai. Mas isto quem vai definir é a Fifa. Ela que precisa tornar obrigatório e tomar as rédeas da distribuição para as federações”, apontou.

O spray da arbitragem foi usado pela primeira fez na Taça Belo Horizonte, em 2000, e dois anos depois foi aceito pela CBF em competições oficiais. Em 2009 também entrou na disputa da Copa Libertadores e, no ano passado, passou a ser testado pela Fifa. No Mundial de Clubes, no Marrocos, e os mundiais sub-17 e sub-20.

Reportagem de: 08.07.2014

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Super parabólica transforma torcedor em PVC do Nordeste e olheiro de clube

Decodificador
“Esse bom desempenho da Costa Rica na Copa não me surpreende. A evolução é nítida nos últimos anos. Uma hora eles iam chegar nas fases finais”. A análise feita pelo técnico de telecomunicação Elenilson Dantas poderia ser facilmente confundida com a de algum especialista em futebol internacional. Mas é apenas um dos inúmeros comentários feitos pelo torcedor que instalou uma super antena parabólica em sua casa, em Fortaleza, para acompanhar o futebol em mais de 20 países ao redor do mundo.

Apaixonado por bola desde pequeno, o morador da capital cearense resolveu aproveitar o conhecimento técnico de sua profissão para fazer aquilo que mais gostava: assistir a jogos de futebol. E sem precisar sair do conforto do sofá de sua casa.

“Isso tem mais de dez anos. Foi entre 2002 e 2003. Eu tinha essa ideia e ficava pesquisando na internet até que consegui achar uma antena com base móvel que fosse capaz de capturar sinais de vários países. Achei uma loja em São Paulo, liguei pra lá e consegui. Gastei quase R$ 4 mil na época, além de ter que trazer um funcionário de lá para instalar a antena aqui em casa”, relembrou.

A saga começou. Entre uma tentativa e outra, o técnico capturava os sinais de satélite no chamado “cinturão de clark” (região no espaço onde ficam os satélites estacionados) e descobria cada vez mais canais para acompanhar futebol quase 24 horas por dia.

“Primeiro, consegui sinais de todos os estados do Brasil. Hoje vejo campeonato acreano, piauiense, rondoniense, de Roraíma, tudo. Depois, coloquei canais de todos os países da América. Acompanho jogos na Argentina, Equador, Venezuela, Chile, Costa Rica, Honduras, México, Estados Unidos”, enumera.

“A Costa Rica, por exemplo, eu conheço boa parte desse time. O futebol lá é uma coisa muito forte. Os estádios estão sempre cheios e o povo acompanha muito. Merecem essa fase”, disse o torcedor que poderia ser facilmente confundido com o comentarista da ESPN Paulo Vinicius Coelho, visto a quantidade de informações sobre futebol ao redor do mundo.

E ainda que não tenha a mesma fama de PVC, Elenilson também dá seus pitacos após tanto assistir a futebol. Torcedor do Fortaleza, ele comanda um blog no site de um dos maiores jornais do Ceará.

A ligação com os bastidores do futebol também acabou sendo inevitável com tantas horas de jogos já acompanhados. Reconhecido nas redes sociais pela sua super antena e pela fama de acompanhar até as partidas mais improváveis, ele acabou sendo procurado por um dirigente do Botafogo de Ribeirão Preto e atuou como olheiro para contratação do volante Gilmak.

“Como eu falo muito de futebol e as pessoas conhecem a minha história, eu tenho muitos seguidores no Twitter. E um diretor de futebol do Botafogo me mandou uma mensagem perguntando se eu tinha algum jogador para indicar. Foi até uma DM (mensagem privada) para as pessoas não verem. Eu indiquei o Gilmak que é bom jogador, mas estava encostado no Fortaleza”.

Ms ele afirma que não foi remunerado pela indicação e nem pensa em trabalhar como olheiro. “Eu não ganhei nada não. Eu observo os jogadores porque gosto e faço para ajudar. Mas é só hobby mesmo. Não penso em trabalhar com isso”, diz ele que hoje trabalha em uma grande operadora de telefones do país.

Decodificador permite que Elenilson sintonize mais de 500 canais em 20 países
Após desbravar o interior do Brasil e a América, Elenilson tentou “conquistar” outros continentes, mas a posição geográfica não permitia. “Por melhor que a antena seja, ela não consegue alcançar lugares como Ásia, parte da África e da Europa. É como se eles estivessem abaixo da linha do horizonte, limite da ‘virada’ dos satélites”, explicou.

Ainda assim, o maníaco por futebol conseguiu achar sinais na região improvável. “Por algum motivo que não consegui identificar, cheguei a capturar sinais de jogos na Grécia e no mundo árabe. Não entendia muito bem a legenda, mas entrava na internet, pesquisava e acabava vendo todos os jogos. Eu seguia os campeonatos, com tabela e tudo”, contou.

A loucura de acompanhar os mais incomuns não chegou a incomodar a família, que sempre aceitou bem o vício de Elenilson, mas deixou o técnico em telecomunicações sem dormir e alterou compromissos que pareciam impossíveis de serem modificados.

“Nos primeiros anos, era uma rotina maluca. Eu ia dormir às 4h para acordar às 6h e ir trabalhar. Não fazia nada. Só trabalhava e via jogo. Quando chegava em casa, já corria pro sofá. Era campeonato do Piauí, de Honduras, de tudo que era lugar. Até TV de Cuba pegava aqui. Cheguei a adiar o enterro da avó da minha esposa. O futebol era sagrado. Mas eu tive que diminuir um pouco”.

Sem jogos de outros países na TV nas últimas semanas, Elenilson resolveu aproveitar a Copa de uma maneira diferente da habitual: indo aos estádios.

“Consegui acompanhar seis jogos: cinco aqui em Fortaleza e um em Natal. Foi bom para curtir. Mas daqui a pouco já volta tudo de novo no sofá de casa”, encerrou, já ansioso para voltar a acompanhar jogos como os de Costa Rica e Grécia, mas em campeonatos locais. E pela televisão, como sempre.

Reportagem de: 07.07.2014

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E no café, quem é melhor? Brasil ou Colômbia?

Colombia Jogador
A Colômbia joga nesta sexta-feira querendo mostrar que pode fazer frente ao Brasil nos gramados. Mas no mercado mundial de café eles conquistaram espaço e há muito tempo disputam consumidores mundo afora. A diferença é que no comércio internacional os dois países podem conviver, enquanto na Copa só um continuará na competição.

Se a seleção tem James Rodrigues, o café colombiano também tem um herói: Juan Valdez. O personagem simboliza o pequeno agricultor e foi peça importante de marketing. A ligação do país com o produto é tão grande que o time é conhecido como seleção cafetara. Confira os detalhes que fazem Brasil e Colômbia ter uma briga ferrenha quando se trata de café.

Café colombiano é mais caro

Se nos gramados o time brasileiro é mais valioso que o colombiano, no mercado internacional de café ocorre o contrário. O preço do produto colombiano é cerca de 25% mais elevado que o nacional.

De acordo com a Organização Internacional do Café, em média a saca de 60 quilos custa US$ 195 quando a origem é a Colômbia. A brasileira sai por US$ 152. O diretor-geral do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), Guilherme Braga, atribui a diferença aos métodos de preparação.

Grão colombiano é melhor do que o brasileiro

Quando a Cordilheira dos Andes entra no território colombiano, ela forma dois vales de solos originados por cinzas de vulcão, o que aumenta a fertilidade. A altitude, as temperaturas amenas e a composição do ar contribuem para a produção de um grão de maior qualidade do que o brasileiro.

Mas o principal fator de diferenciação do café colombiano são os processos de colheita e pós colheita. Como a produção lá é feita principalmente por pequenos agricultores, a colheita é manual, o que garante a escolha apenas dos grãos ideais. Depois disso, o café também é lavado, diferentemente no que ocorre nas principais fazendas brasileiras.

Café brasileiro é mais simples

Enquanto no Brasil se dá mais ênfase à quantidade, os colombianos preferem conferir maior qualidade a seu produto, o que permite cobrar mais caro. De acordo com o barista Emílio Rodrigues, proprietário da Casa do Barista, no Rio, o grão colombiano tem maior diversidade aromática e, quase sempre, é mais ácido do que o brasileiro.

“O café brasileiro, em geral, é menos diverso, mais “simples”, mas por isso mesmo é usado como base de quase todos os blends”, afirma Rodrigues. “Como o grão colombiano é muito ácido, você precisa balancear a mistura com uma variedade mais suave. É por isso que se diz que em cada xicara de café bebida no mundo, o grão brasileiro está presente.”

Brasil vende mais, Colômbia vende mais caro

Os colombianos investiram na qualidade porque não tinham volume para concorrer com os brasileiros. O diretor-geral Cecafé, Guilherme Braga, explica que aqui existia pouco interesse em seguir este caminho até a década de 1990 porque havia cotas de exportação da OMC.

Isto significava um limite para quantidade de café exportado. Mesmo que um produto de maior qualidade fosse entregue, o produtor nacional não teria retorno pelo investimento porque não aumentaria a quantidade de vendas.

Café faz parte da identidade nacional da Colômbia

“Você quer conseguir um inimigo colombiano? Fale mal do café deles”, afirma o barista Emilio Rodrigues. O grão é mais do que um produto importante da balança comercial do pais, também constrói discursos de identidade nacional. “O povo colombiano se orgulha de ser conhecido mundialmente como ‘cafetero’. Os valores da produção do café estão presentes na sociedade”, afirma Luis Fernando Sampes, gerente da Federação Nacional de Cafeicultores da Colômbia.

No Brasil, ocorre o contrário. “O Brasil tem a maior produção mundial de café, mas o brasileiro acha que bom mesmo é o café da Itália, que não produz quase nada”, afirma o barista Rodrigues.

Brasil vende e fatura muito mais

Um terço de cada xícara de café no mundo é feita com grãos brasileiros afirma Nathan Herszkowicz, diretor-executivo da Associação Brasileira da Indústria do Café. Dados da Cecafé mostram que o país lidera as exportações mundiais com 32,5 milhões de sacas, o que rendeu US$ 6 bilhões ano passado.

Enquanto isso, a Colômbia vendeu a outros países 10,5 milhões de sacas e os negócios renderam US$ 1,8 bilhão.

Brasil ganha também em produtividade

O Brasil pode ter o preço médio inferior ao dos colombianos, mas tratando-se de produtividade o adversário não dá nem para o começo. A média nacional é de 26 sacas para cada hectare. O número é o dobro do principal rival que produz 13 sacas por hectare. O método mecanizado presente em quase metade das propriedades é a causa do desempenho singular.

Empate nos portos

A diferença nos volumes exportados é grande, mas o tamanho das economias do Brasil e da Colômbia também. Por este motivo, a participação do café no total de vendas para outros países é semelhante. O produto representa 3% das exportações colombianas e 2,3% das brasileiras.

A diferença fica a cargo do principal parceiro comercial. Os produtores nacionais vendem principalmente para a Europa e os colombianos para os Estados Unidos.

Café gera mais empregos no Brasil do que na Colômbia

De acordo com a Federação Nacional de Cafeteros de Colombia, a cultura do produto emprega 500 mil famílias que plantam numa área de 974 mil hectares. Os números são grandes, mas impressionantes mesmos são os dados brasileiros.

A Cecafé informou que a cadeia do café emprega 6 milhões de pessoas no país. A área plantada é de 2,2 milhões de hectares.

Colômbia e o personagem

Desde a década de 1950, a Colômbia vem investindo pesado no marketing de seu café. Foi criado o personagem Juan Valdez, a personificação do pequeno cafeicultor, que ajudou a aumentar o valor agregado do café colombiano. O discurso publicitário transmitiu a ideia de que na Colômbia, a produção é muito mais tradicional e ecológica, em oposição aos processos mecanizados do agronegócio brasileiro.

A estratégia ajudou a posicionar o café colombiano como uma marca pela qual se pode pagar mais porque ele não seria uma simples commodity, como no caso brasileiro.

Reportagem de: 03.07.2014

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http://copadomundo.uol.com.br/noticias/redacao/2014/07/03/adversaria-na-copa-colombia-e-rival-no-mercado-internacional-de-cafe.htm

Pintar rostos chega a render R$ 500 para brasileira “poliglota”

Pinta Rosto
“Vamos colocar uma cor nesse rostinho lindo?”

“Vamos pintar la carita”?

“Face painting, face painting”.

Cláudia Mattos, com dois “tês”, ela faz questão, não é poliglota. Apenas decorou frases para ajudar no trabalho que arrumou em dias de jogos no Itaquerão.

Com pincéis de várias grossuras, glitter e tintas de muitas cores, pintava o rosto das pessoas que chegavam ao Itaquerão, estádio de São Paulo na Copa do Mundo. “Não cobro nada, mas deixo claro que uma gorjeta é muito bem vinda”. Com mais de cem trabalhos por dia, chega a faturar R$ 500.

Cláudia diz que tem suporte para fazer o trabalho. “Sou visagista formada”. Visagista? “Sim, sou consultora de imagem, entendo desse assunto”. Também é terapeuta capilar. “Sei como evitar a queda e como tratar de dermatites na calva”.

Bem colocada na saída do metrô, não para de falar. Oferece seu trabalho como se fosse pastel de feira. “Consegui ficar aqui graças ao jeitinho brasileiro”.

Dois amigos belgas chegam para fotos. Ela atende e, no final, usa mais uma frase de seu vocabulário. “Tip, please”.

Após ligeira conferência, os belgas lhe deram R$ 2. Ela agradeceu, sorriu e continuou falando: vamos pintar la carita, que tal uma cor nesse rostinho, face painting, face painting…

Reportagem de: 01.07.2014

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http://copadomundo.uol.com.br/noticias/redacao/2014/07/01/pintar-rostos-chega-a-render-r-500-para-brasileira-poliglota.htm

Copa do Mundo decepciona comércio e restaurantes; setor prevê perda no Rio

Torcedor bebida
A Copa do Mundo de 2014 chega nesta sexta-feira ao seu 16º dia. Centenas de milhares de turistas já vieram ao Brasil por causa do torneio e uma boa parte deles já está até indo embora. Até hoje, o Mundial corre sem problemas e a avaliação geral sobre ele é positiva. Mas e o retorno financeiro? Bem, aí é diferente, pelo menos na opinião dos donos de lojas e restaurantes do Rio de Janeiro. Segundo os comerciantes, o tão esperado lucro do Mundial não ainda veio, e nem virá.

Na cidade que mais recebeu e receberá visitantes durante a Copa do Mundo, o clima no comércio e nos restaurantes é de decepção. Alguns estabelecimentos, principalmente os localizados nos arredores de pontos turísticos da capital fluminense, até registram um aumento em suas vendas. Quem representa o todo dos comerciantes cariocas, no entanto, afirma: a Copa não é um bom negócio.

“Se você pensar no comércio como um todo, a Copa do Mundo é ruim”, avalia Aldo Gonçalves, presidente do CDL-Rio (Clube dos Diretores Lojistas do Rio de Janeiro). “Os feriados decretados por causa do torneio atrapalham as vendas. Ganha só quem tem uma loja de souvenir ou lembrancinhas.”

Segundo Gonçalves, a cada vez que há um jogo do Mundial no Rio ou uma partida da seleção brasileira, o funcionamento das lojas fica prejudicado. Nesses dias, o consumidor também desvia seu foco de atenção e acaba não comprando. O resultado de tudo isso é perda, e das grandes.

“Dá para falar em uma perda de faturamento de até R$ 2 bilhões com a Copa. Um mês normal tem uma faturamento R$ 10 bilhões. É considerável”, diz Gonçalves. “Talvez os bares, restaurantes e hotéis comemorem, mas o comércio não.”

Acontece que nem os donos de restaurantes estão tão felizes quanto Gonçalves imagina. O presidente do SindRio (Sindicato de Hotéis, Bares e Restaurantes), Darcilio Junqueira, também afirma que há uma diferença no movimento de estabelecimentos de lugares turísticos e de locais não turísticos. Na média, o resultado é negativo.

“Quem está na Zona Sul ou ao lado do Maracanã ganha até 20% a mais. Mas quem está fora disso perde até 50%”, diz Junqueira. “É muito feriado num mês só.”

Hotéis lotados

Junqueira ressalta que só o setor hoteleiro não tem o que reclamar. Segundo ele, a taxa de ocupação é de 90% –semelhante à do Carnaval e Réveillon, duas festas com alta demanda de turistas.

“Eu acho que a Copa do Mundo no Brasil é positiva. Traz gente para cá e mostra nosso país para o mundo. Agora, não dá para pensar que ela da lucro. Isso não dá”, argumenta o presidente do SindRio.

Neste ponto, Gonçalves, da CDL, concorda. “Não digo que não tínhamos que fazer a Copa, mas a situação do comércio com o torneio é bastante preocupante.”

Governo vê diferente

O governo federal aponta que a Copa do Mundo de 2014 terá retorno financeiro positivo para o país. O investimento total para a realização do torneio está estimado em cerca de R$ 25 bilhões. O ministro do Esporte, Aldo Rebelo, reafirmou na terça-feira em redes sociais que o Mundial trará R$ 30 bilhões à economia brasileira –ou seja, R$ 5 bilhões a mais.

Os dados citados pelo ministro são de uma pesquisa da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) encomendada pelo Ministério do Turismo. Essa mesma pesquisa indica que a Copa gerou 1 milhão de empregos no país.

A Prefeitura do Rio também considera a realização da Copa algo positivo. Segundo o município, os feriados decretados por causa do evento são uma necessidade do esquema de segurança do Mundial.

Reportagem de: 27.06.2014

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Festa de gringos em Porto Alegre rende ‘dois carnavais’ para ambulantes

Ricardo Correa
No mínimo dois dias antes, e um depois de cada jogo que Porto Alegre recebeu na Copa do Mundo o movimento de estrangeiros pelas ruas do bairro Cidade Baixa, conhecido pela vida noturna, foi muito grande. Nesta quarta-feira, a festa gringa teve ponto alto quando mais de 3 mil argentinos tomaram as ruas do local. E onde tem gente interessada em beber, há vendedores ambulantes. Com sorriso no rosto, os comerciantes informais explicam que os lucros de cada noite de Copa lucram o dobro do Carnaval.

“O movimento foi mais forte com os holandeses. Tinha menos gente, mas com mais dinheiro. Foi a melhor noite. Os argentinos não gastam muito, mesmo que venham em maior número”, explicou Ricardo Correa, que estacionou sua banca de bebidas na Avenida General Lima e Silva na noite desta quarta.

Segundo os ambulantes, as vendas aumentaram muito. Dias que normalmente não há movimento algum, como segunda e terça-feira, viraram atrações. E estoques precisaram ser reforçados.

“Tive que me preparar bem. Comprei mais do que normalmente. É um estoque bem ao estilo grande evento, tipo Carnaval mesmo”, comentou.

E a comparação com o Carnaval é inevitável. Com lucro beirando os R$ 500 por noite, começando o trabalho perto das 22h e levando a banca aberta até por volta das 04h, um dia de festa gringa dobra o resultado da comemoração típica brasileira.

“É muito maior que o Carnaval. Nosso lucro chega a ser duas vezes maior. Quem chega mais cedo, acaba lucrando até mais que isso”, disse Jeferson Ferreira, que estacionou sua banca alguns metros mais para frente.

“No Carnaval há muito mais gente vendendo. E ainda temos que respeitar as promoções das marcas de cerveja que patrocinam o evento. Então, com a liberdade que temos em dias comuns, nosso lucro acaba sendo bem maior sim. Bom se fosse Copa do Mundo todo ano”, sorriu Ricardo.

E não é somente com bebidas que o fluxo de caixa aumentou. Cachorro-quente, churrasquinho, tudo acaba sendo consumido pelos que aproveitam a festa ao ar livre.

“Os argentinos não gastam muito, mas estamos esperançosos com os alemães. Eles bebem bastante”, brincou Jeferson.

A Alemanha jogará em Porto Alegre na próxima segunda-feira, caso confirme o primeiro lugar no grupo H da Copa do Mundo. Nesta quinta, o time europeu enfrenta os Estados Unidos e depende apenas de um empate para confirmar tal situação.

Reportagem de: 26.06.2014

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Prostitutas buscam gringos no Mané Garrincha e cobram R$ 5 mil por programa

Prostitutas Brasilia
A seleção brasileira conquistou sua vitória mais expressiva na Copa do Mundo ao golear a seleção de Camarões por 4 a 1 e se classificar em primeiro lugar no grupo A. Mas nem todo mundo foi ao Mané Garrincha, em Brasília, apenas para torcer. No fim do jogo, prostitutas tentaram tirar proveito do triunfo para garantir a noite.

Um grupo de cinco garotas de programas não estava preocupado com o que estava acontecendo em campo e tampouco tinha ingressos para a partida. Elas passaram quase todo o jogo no entorno do Mané Garrincha observando o movimento e à espera de clientes, de preferência estrangeiros.

Com roupas extravagantes, a maioria vestindo saias curtas e tops ou uma calça legging e apenas um sutiã, elas exibiam os corpos quase nus para quem passasse na porta do estádio. Mas como o movimento era pequeno do lado de fora na hora do jogo, quase não foram abordadas.

Uma dela, que se identificou apenas como Márcia, aceitou conversar com o UOL Esporte. De saltos altíssimo, uma legging e um sutiã que deixava a barriga e os seios turbinados com silcone à mostra, ela disse que sua intenção era fisgar os gringos porque eram mais educados e tinham poder aquisitivo maior. “Eu cobro R$ 5 mil reais para eles. Por menos, é muito aborrecimento”, disse.

Márcia conta que é natural de Barreiras, na Bahia, mas se mudou para Bilbao na Espanha há pouco mais de um ano para trabalhar. Lá fez seu pé de meia como garota de programa. “Se eu falar que me mudei para a Europa para lavar prato é mentira. Eu faço isso lá mesmo”, conta.

A mulher de 31 anos afirma que voltou ao Brasil apenas para o período de Copa do Mundo e que gostaria de unir trabalho e diversão. Tanto que ao deixar o Mané Garrincha após o jogo, sem conseguir o programa, ela e as colegas foram para a Fan Fest, em Taguatinga, tentar ter mais sucesso na noite.

Márcia só lamentou não ter acesso aos jogadores. “Com essas pessoas a gente não consegue. Esse pessoal já tem esquema com modelos. Já mandam chamar as modelos de fora. Quem fica na rua não tem entrada, não”, disse.

Reportagem de: 24.06.2014

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http://copadomundo.uol.com.br/noticias/redacao/2014/06/24/prostitutas-buscam-gringos-no-mane-garrincha-e-cobram-r-5-mil-por-programa.htm

Polícia Civil apreende quase mil produtos irregulares da Copa em Cuiabá

Produtos Ilegais Copa
Uma operação deflagrada na quarta-feira pela Delegacia Especializada do Consumidor da Polícia Judiciária Civil do Mato Grosso apreendeu 987 itens irregulares sobre a Copa do Mundo de 2014. Os produtos utilizavam logomarcas do torneio e de patrocinadores, e a lista inclui camisetas, bonés, tênis e brinquedos.

A ação foi realizada em um shopping popular de Várzea Grande, que fica na zona metropolitana de Cuiabá, atendendo a uma representação da Fifa e de um dos patrocinadores. Os donos das bancas de produtos responderão a inquérito por prática de crimes previstos no artigo 66 do Código do Consumidor, que tem pena de detenção de três meses a um ano, além de multa.

“Vamos tentar identificar os fornecedores dos produtos apreendidos, bem como fiscalizar se os donos continuam vendendo”, disse Ana Cristina Feldner, delegada titular da Delegacia do Consumidor.

Curiosamente, a operação não apreendeu nenhum produto com a imagem da mascote da Copa. “Fizemos o levantamento prévio dessas bancas irregulares, e quando chegamos lá encontramos as mercadorias com a marcas do Copa, mas não achamos nenhum boneco Fuleco”, relatou a delegada.

Os donos das bancas ainda podem ser indiciados por violação de direitos autorais, crimes contra a ordem tributária e fraudes no comércio e receptação.

A venda de produtos que se apoderam de marcas da Copa é ato extremamente comum em Cuiabá. A despeito de o movimento ter registrado queda contundente depois de Chile x Austrália, lojas do centro histórico venderam neste mês 40% a mais do que igual período do ano anterior. O incremento é alavancado por itens com as cores da bandeira do Brasil.

Reportagem de: 19.06.2014

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http://copadomundo.uol.com.br/noticias/redacao/2014/06/19/policia-civil-apreende-quase-mil-produtos-irregulares-da-copa-em-cuiaba.htm